Salmos 150

Louvem a Deus, o Senhor

1 Aleluia!

Louvem a Deus no seu Templo.

Louvem o seu poder, que se vê no céu.

2 Louvem oSenhor

pelas coisas maravilhosas

que tem feito.

Louvem a sua imensa grandeza.

3 Louvem a Deus com trombetas.

Louvem comharpaseliras.

4 Louvem oSenhorcom pandeiros

e danças.

Louvem com harpas e flautas.

5 Louvem a Deus com pratos musicais.

Louvem bem alto com pratos sonoros.

6 Todos os seres vivos, louvem oSenhor!

Aleluia!

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Jó 1

Jó e sua família

1 Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto,temia a Deuse procurava não fazer nada que fosse errado.

2 Jó tinha sete filhos e três filhas

3 e era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, mil bois e quinhentas jumentas. Tinha também um grande número de escravos. Enfim, Jó era o homem mais rico de todo o Oriente.

4 Os filhos de Jó iam às casas uns dos outros e davam banquetes, cada um por sua vez. E as três irmãs eram sempre convidadas para esses comes e bebes.

5 Quando terminava uma rodada de banquetes, Jó se levantava de madrugada e ofereciasacrifíciosem favor de cada um dos seus filhos, parapurificá-los. Jó sempre fazia isso porque pensava que um dos filhos poderia ter pecado, ofendendo a Deus em pensamento.

Satanás põe em dúvida a sinceridade de Jó

6 Chegou o dia em que os servidores celestiais vieram apresentar-se diante de Deus, oSenhor, e no meio deles veio também Satanás .

7 OSenhorperguntou:

— De onde você vem vindo?

Satanás respondeu:

— Estive dando uma volta pela terra, passeando por aqui e por ali.

8 Aí oSenhordisse:

— Você notou o meuservoJó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele metemee procura não fazer nada que seja errado.

9 Satanás respondeu:

— Será que não é por interesse próprio que Jó te teme?

10 Tu não deixas que nenhum mal aconteça a ele, à sua família e a tudo o que ele tem. Abençoas tudo o que Jó faz, e no país inteiro ele é o homem que tem mais cabeças de gado.

11 Mas, se tirares tudo o que é dele, verás que ele te amaldiçoará sem nenhum respeito.

12 OSenhordisse a Satanás:

— Pois bem. Faça o que quiser com tudo o que Jó tem, mas não faça nenhum mal a ele mesmo.

Então Satanás saiu da presença doSenhor.

Jó perde os filhos e as riquezas

13 Um dia, enquanto os filhos e as filhas de Jó estavam num banquete na casa do irmão mais velho,

14 chegou à casa de Jó um dos seus empregados, que disse:

— Nós estávamos arando a terra com os bois, e as jumentas estavam pastando ali perto.

15 De repente, os sabeus nos atacaram e levaram tudo. Eles mataram à espada os empregados, e só eu consegui escapar para trazer a notícia.

16 Enquanto este ainda estava falando, veio outro empregado e disse:

— Raios caíram do céu e mataram todas as ovelhas e os pastores. Só eu consegui escapar para trazer a notícia.

17 Enquanto este ainda estava falando, chegou um terceiro, que disse:

— Três bandos de caldeus nos atacaram e levaram os camelos. Eles mataram à espada os empregados, e só eu consegui escapar para trazer a notícia.

18 Enquanto este ainda estava falando, chegou mais um, que disse a Jó:

— Os seus filhos e as suas filhas estavam no meio de um banquete na casa do seu filho mais velho.

19 De repente, veio do deserto um vento muito forte que soprou contra a casa, e ela caiu em cima dos seus filhos. Todos eles morreram; só eu consegui escapar para trazer a notícia.

20 Então Jó se levantou e, em sinal de tristeza, rasgou as suas roupas e rapou a cabeça. Depois ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e adorou a Deus.

21 Aí disse assim:

— Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. OSenhordeu, oSenhortirou; louvado seja o seu nome!

22 Assim, apesar de tudo o que havia acontecido, Jó não pecou, nem pôs a culpa em Deus.

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Jó 2

A segunda prova de Jó

1 Chegou de novo o dia em que os servidores celestiais vieram apresentar-se diante de Deus, oSenhor, e Satanás também veio no meio deles.

2 OSenhorperguntou:

— De onde você vem vindo?

Satanás respondeu:

— Estive dando uma volta pela terra, passeando por aqui e por ali.

3 Aí oSenhordisse:

— Você viu o meuservoJó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e tão honesto como ele. Ele metemee procura não fazer nada que seja errado. No entanto, você me convenceu, e eu o deixei desgraçar Jó, embora não houvesse motivo para isso. Mesmo assim, ele continua firme e sincero como sempre.

4 Satanás respondeu:

— É só tocar na pele dele para ver o que acontece. As pessoas não se importam de perder tudo desde que conservem a própria vida.

5 Agora, se estenderes a mão e ferires o corpo dele, verás como ele, sem nenhum respeito, te amaldiçoará.

6 OSenhordisse a Satanás:

— Pois bem. Faça o que quiser com Jó, mas não o mate.

7 Aí Satanás saiu da presença doSenhore fez com que o corpo de Jó ficasse coberto de feridas horríveis, desde as solas dos pés até o alto da cabeça.

8 Jó sentou-se num monte de cinza e pegou um caco para se coçar.

9 E a mulher dele disse:

— Você ainda continua sendo bom? Amaldiçoe a Deus e morra!

10 Jó respondeu:

— Você está dizendo uma bobagem! Se recebemos de Deus as coisas boas, por que não vamos aceitar também as desgraças?

Assim, apesar de tudo, Jó não pecou, nem disse uma só palavra contra Deus.

A visita dos amigos

11 Jó tinha três amigos: Elifaz, da região de Temã; Bildade, da região de Sua; e Zofar, da região de Naamá. Eles ficaram sabendo das desgraças que haviam acontecido a Jó e combinaram fazer-lhe uma visita para falar de como estavam tristes pelo que lhe havia acontecido e para consolá-lo.

12 De longe eles não reconheceram Jó, mas depois, quando viram que era ele, começaram a chorar e a gritar. Em sinal de tristeza, rasgaram as suas roupas e jogaram pó para o ar e sobre a cabeça.

13 Em seguida sentaram-se no chão ao lado dele e ficaram ali sete dias e sete noites; e não disseram nada, pois viam que Jó estava sofrendo muito.

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Jó 3

A queixa de Jó

1-2 Finalmente Jó quebrou o silêncio e amaldiçoou o dia do seu nascimento. Jó disse:

3 “Maldito o dia em que nasci!

Maldita a noite em que disseram:

‘Já nasceu! É homem!’

4 Que aquele dia vire escuridão!

Que Deus, lá do alto, não se importe com ele,

e que nunca mais a luz o ilumine!

5 Que a escuridão e as trevas o dominem;

que as nuvens o cubram e apaguem a luz do sol!

6 Que aquela noite fique sempre escura

e que desapareça do calendário!

7 Que seja solitária e triste aquela noite,

e que nela não se escutem gritos de alegria!

8 Que seja amaldiçoada pelos feiticeiros,

aqueles que têm poder sobre o monstro Leviatã !

9 Que escureçam as estrelas da sua manhã;

que ela espere a luz, e a luz não venha;

e que a sua madrugada não chegue,

10 pois ela deixou que minha mãe me desse à luz

e não me poupou de todo este sofrimento!

Por que não nasci morto?

11 “Por que não nasci morto?

Por que não morri ao nascer?

12 Por que a minha mãe me segurou no colo?

Por que me deu o seio e me amamentou?

13 Se eu tivesse morrido naquele momento,

agora estaria dormindo,

descansando em paz.

14 Estaria com reis e altas autoridades

que reconstruíram palácios antigos

15 ou estaria com governadores

que encheram as suas casas de ouro e de prata.

16 Se a minha mãe tivesse tido um aborto, às escondidas,

eu não teria existido

e seria como as crianças que nunca viram a luz do dia.

17 Na sepultura acaba a agitação dos maus,

e ali repousam os que estão cansados.

18 Ali os prisioneiros descansam juntos

e já não ouvem mais os gritos do capataz.

19 Ali estão os importantes e os humildes,

e os escravos ficam livres dos seus donos.

Por que os infelizes continuam vivendo?

20 “Por que os infelizes continuam vendo a luz?

Por que deixar que vivam os que têm o coração amargurado?

21 Eles esperam a morte, e ela não vem,

embora a desejem mais do que riquezas.

22 Eles ficam muito alegres e felizes

quando por fim descem para a sepultura.

23 Deus os faz caminhar às cegas

e os cerca de todos os lados.

24 “Em vez de comer, eu choro,

e os meus gemidos se derramam como água.

25 Aquilo que eu temia foi o que aconteceu,

e o que mais me dava medo me atingiu.

26 Não tenho paz, nem descanso, nem sossego;

só tenho agitação.”

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Jó 4

Primeira fala de Elifaz

Chegou a sua vez de sofrer

1 Então Elifaz, da região de Temã, em resposta disse:

2 “Jó, será que você ficará ofendido se eu falar?

Mas quem é que pode ficar calado?

3 Você ensinou muita gente

e deu forças a muitas pessoas desanimadas.

4 Quando alguém tropeçava, cansado e fraco,

as suas palavras o animavam a ficar de pé.

5 Mas agora que chegou a sua vez de sofrer,

como é que você perde a paciência e a coragem?

6 O seutemor a Deusnão lhe dá confiança?

A sua vida correta não o enche de esperança?

7 Você lembra de alguma pessoa inocente

que tenha caído na desgraça

ou de alguma pessoa honesta

que tenha sido destruída?

8 Tenho notado que os que aram campos de maldade

e plantam sementes de desgraça

só colhem maldade e desgraça.

9 Como uma tempestade, Deus os destrói na suaira.

10 Eles rugem como um leão feroz,

mas Deus os faz calar

e lhes quebra os dentes.

11 Assim como leões que não podem caçar,

eles morrem de fome,

e os seus filhos se espalham.

Alguém pode ser correto diante de Deus?

12 “Veio a mim de mansinho uma mensagem,

em voz tão baixa, que mal pude ouvir.

13 À noite, quando as pessoas dormem um sono pesado,

eu tive um pesadelo que me deixou agitado.

14 O terror tomou conta de mim,

e o meu corpo inteiro começou a tremer.

15 Um sopro passou pelo meu rosto,

e eu fiquei todo arrepiado.

16 Alguém estava ali;

olhei bem, mas não pude ver a sua forma.

Houve silêncio, e depois ouvi uma voz, que disse:

17 ‘Será que alguém pode ser correto diante de Deus?

Será que alguém pode ser puro aos olhos do seu Criador?

18 Deus não confia nem nos seus servidores celestiais

e até nos seus anjos ele encontra defeitos.

19 Então você pensa que ele vai confiar nos seres humanos,

que são feitos de barro,

que foram criados do pó

e que podem ser esmagados como uma traça?

20 Podemos estar vivos de manhã,

mas de tarde morremos para sempre,

e ninguém se importa.

21 A nossa vida se acaba

como cai uma barraca,

e morremos sem termos alcançado a sabedoria.’

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Jó 5

Nós mesmos causamos o sofrimento

1 “Grite, Jó! Veja se alguém responde.

Que anjo você vai chamar?

2 Ficar desgostoso e amargurado é loucura,

é falta de juízo, que leva à morte.

3 Uma vez vi um homem sem juízo

que parecia estar progredindo na vida,

mas eu amaldiçoei a família dele.

4 Os seus filhos não têm segurança;

nos tribunais são condenados injustamente,

e não há ninguém que os defenda.

5 Os famintos ficam cobiçando as suas riquezas;

devoram as suas colheitas,

pegando até o trigo que nasce entre os espinhos.

6 A aflição não brota da terra;

a desgraça não nasce do chão:

7 somos nós mesmos que causamos o sofrimento,

tão certo como as faíscas das brasas voam para cima.

Deus dá esperança aos fracos

8 “Jó, se eu fosse você, voltaria para Deus

e entregaria o meu problema a ele.

9 Nós não podemos entender as coisas maravilhosas que ele faz,

e os seus milagres não têm fim.

10 Deus dá chuva à terra;

ele faz a água cair sobre os campos.

11 Deus põe os humildes nas alturas,

põe num lugar seguro os que choram.

12 Deus faz com que os planos dos espertos falhem

e que as suas ações fracassem;

13 ele pega os sábios nas suas espertezas

e acaba com as suas intrigas.

14 Em pleno dia eles ficam no escuro

e ao meio-dia andam às cegas,

apalpando como se fosse noite.

15 Deus salva da morte os pobres;

ele livra os necessitados das mãos dos poderosos.

16 Deus dá esperança aos fracos

e tapa a boca dos maus.

As mãos de Deus curam

17 “Feliz é aquele a quem Deus corrige!

Por isso, não despreze o castigo do Deus Todo-Poderoso.

18 Deus fere, mas ele mesmo faz o curativo;

ele machuca, mas as suas mãos curam.

19 Vez após vez Deus salvará você do perigo

e não deixará que nenhum mal lhe aconteça.

20 Em tempo de fome, Deus não deixará que você morra

e em tempo de guerra ele o salvará da espada.

21 Ele o protegerá das más línguas,

e você não terá medo quando houver destruição.

22 Você se rirá quando houver violência e faltarem alimentos

e não terá medo dos animais selvagens.

23 Nos seus campos as pedras não estorvarão o arado,

e os animais selvagens não o atacarão.

24 Na sua casa você viverá em paz

e, quando contar as suas coisas,

não vai achar falta de nada.

25 Você terá muitos filhos,

e os seus descendentes serão tantos como as folhas de capim no pasto.

26 Você vai morrer velho e forte,

como um feixe de trigo colhido no tempo certo.

27 Jó, a vida nos ensina que é assim.

Esta é a verdade; pense nisso para o seu próprio bem.”

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Jó 6

Resposta de Jó

Por que viver se não há esperança?

1 Então em resposta Jó disse:

2 “Ah! Se a minha desgraça e os meus sofrimentos fossem postos numa balança,

3 com certeza pesariam mais do que a areia do mar.

E foi por isso que falei com violência.

4 As flechas venenosas do Deus Todo-Poderoso estão fincadas em mim,

e o veneno entra na minha alma.

Com os seus ataques, Deus me tem enchido de terror.

5 O jumento fica contente quando come capim,

e o boi não reclama quando tem pasto.

6 Mas quem gosta de comida sem sal?

Que gosto tem a clara do ovo?

7 Não tenho apetite para comer essas coisas,

e tudo o que como me faz mal.

8 “Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo!

Ah! Se Deus respondesse à minha oração!

9 Então ele me tiraria a vida;

ele me atacaria e acabaria comigo!

10 Se eu soubesse que Deus faria isso,

daria pulos de alegria, mesmo sofrendo muita dor.

Pois Deus é santo,

e eu nunca fui contra as suas decisões.

11 Onde estão as minhas forças para resistir?

Por que viver, se não há esperança?

12 Será que sou forte como a pedra?

Será que o meu corpo é de bronze?

13 Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo,

e não há ninguém que me socorra.

Meus amigos me desapontaram

14 “Uma pessoa desesperada merece a compaixão dos seus amigos,

mesmo que tenha deixado detemer

ao Deus Todo-Poderoso.

15 Mas eu não pude contar com vocês, meus amigos,

que me desapontaram como um riacho

que seca no verão.

16 Primeiro ele está cheio de gelo e de neve,

17 mas depois vira água,

que vai sumindo no calor,

até que no fim o seu leito fica seco e duro.

18 Ascaravanasse perdem procurando água;

avançam pelo deserto e ali morrem.

19 Aquelas que vêm de Temá e de Sabá

procuram esses ribeirões, cheias de esperança,

20 porém, quando chegam, todos ficam desapontados,

e a sua esperança morre ali.

21 Vocês são como esses ribeirões;

vocês veem a minha miséria e ficam com medo.

22 Por acaso, pedi que vocês me dessem qualquer coisa?

Ou que me oferecessem um presente?

23 Será que pedi que me salvassem de um inimigo

ou que me livrassem das mãos dos bandidos?

Não me condenem

24 “Ensinem-me, que eu ficarei calado;

mostrem os erros que cometi.

25 Quem fala a verdade convence,

mas a acusação de vocês não prova nada.

26 Será que vocês querem criticar o que eu digo,

querem tratar as palavras de um homem desesperado

como se elas fossem vento?

27 Vocês seriam capazes de vender um órfão em leilão;

vocês venderiam até mesmo um amigo!

28 Olhem bem nos meus olhos

e digam se estou mentindo.

29 Retirem o que disseram; não sejam injustos.

Não me condenem; eu estou com a razão.

30 Vocês pensam que sou mentiroso?

Será que não sei o que é certo e o que é errado?

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Jó 7

Só tenho tido desilusões

1 “A vida neste mundo é dura como o serviço militar;

todos têm de trabalhar pesado,

2 como o escravo que suspira pela sombra,

como o trabalhador que espera o seu salário.

3 Mês após mês só tenho tido desilusões,

e as minhas noites têm sido cheias de aflição.

4 Essas noites são compridas;

eu me canso de me virar na cama até de madrugada

e fico perguntando: “Será que já é hora de levantar?”

5 O meu corpo está coberto de bichos e de cascas de feridas;

a minha pele racha, e dela escorre pus.

6 Os meus dias passam mais depressa do que a lançadeira do tecelão

e vão embora sem deixar esperança.

7 Lembra, ó Deus, que a minha vida é apenas um sopro;

os meus olhos nunca mais verão a felicidade.

8 Tu me vês agora, porém não me verás mais;

olharás para mim, mas eu já terei desaparecido.

Deixa-me em paz

9 “Como a nuvem que passa e some,

assim aquele que desce aomundo dos mortosnunca mais volta;

10 ele não volta para casa;

ninguém lembra mais dele.

11 Por isso, não posso ficar calado.

Estou aflito, tenho de falar,

preciso me queixar,

pois o meu coração está cheio de amargura.

12 Será que eu sou o Mar ou algum outro monstro do mar

para que fiques aí me vigiando?

13 Quando penso que na cama encontrarei descanso

e que o sono aliviará a minha dor,

14 então me espantas com sonhos

e com pesadelos me enches de medo.

15 Eu prefiro ser estrangulado;

é melhor morrer do que viver neste meu corpo.

16 Detesto a vida; não quero mais viver.

Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada.

Por que nos vigias?

17 “O que somos nós, para que nos dês tanta importância

e te preocupes com a gente?

18 Por que nos vigias todos os dias

e a todo instante nos fazes passar por provas?

19 Quando deixarás de olhar para mim,

a fim de que eu tenha um momento de sossego?

20 Se pequei, que mal fiz a ti, ó vigia das pessoas?

Por que fizeste de mim o alvo das tuas flechas?

Por acaso, sou uma carga tão pesada assim?

21 Por que não perdoas o meu pecado

e não apagas a minha maldade?

Logo estarei na sepultura;

tu me procurarás, mas eu não existirei mais.”

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Jó 8

Primeira fala de Bildade

Volte para Deus

1 Então Bildade, da região de Sua, em resposta disse:

2 “Até quando você, Jó, vai falar assim?

Até quando as suas palavras serão como um vento forte?

3 Será que Deus torceria a justiça?

Será que o Todo-Poderoso faria o que não é direito?

4 Decerto os seus filhos pecaram contra Deus,

e ele os castigou como mereciam.

5 Agora volte para Deus

e ore ao Todo-Poderoso.

6 Se você é mesmo puro e honesto,

Deus virá logo ajudá-lo

e lhe dará de novo o lar que você merece.

7 A riqueza que você perdeu não será nada

comparada com o que Deus lhe dará depois.

Dá em nada a esperança dos maus

8 “Faça perguntas aos nossos antepassados;

aprenda com a experiência deles.

9 Pois nós nascemos ontem e não sabemos nada;

os nossos dias na terra passam como a sombra.

10 Deixe que os nossos antepassados falem a você e o ensinem.

Da sua experiência eles dirão isto:

11 ‘Será que a taboa pode crescer fora do brejo

ou ojuncoviver sem água?

12 Verdes ainda e mesmo sem serem cortados,

eles secam antes das outras ervas.

13 Assim acontece com os que esquecem de Deus;

assim dá em nada a esperança dos maus.

14 A segurança deles é um fio de linha;

a sua confiança é como uma teia de aranha.

15 Eles se apoiam na teia, mas ela não aguenta;

agarram o fio, mas não conseguem ficar de pé.’

16 “Os maus crescem como ervas ao sol

que se espalham pelo jardim.

17 As suas raízes se enroscam nas pedras,

se agarram nas rochas,

18 mas, se alguém as arranca,

ninguém vai nem saber que estiveram naquele lugar.

19 É nisso que dá a vida alegre dos maus;

chegam outras pessoas e tomam o lugar deles.

20 “Esteja certo de que Deus não abandona as pessoas honestas,

nem dá a mão para ajudar os maus.

21 Ele fará você rir de novo

e dar gritos de alegria;

22 mas os seus inimigos vão viver na confusão,

e as casas dos maus serão destruídas.”

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Jó 9

Resposta de Jó

Quem se atreve a discutir com Deus?

1 Então em resposta Jó disse:

2 “Eu sei muito bem que as coisas são assim.

Mas como é que uma pessoa pode provar a Deus

que ela está com a razão?

3 Quem se atreve a discutir com Deus?

Ele pode fazer mil perguntas

a que ninguém é capaz de responder.

4 A sua sabedoria é profunda,

e o seu poder é grande;

quem pode desafiá-lo e vencer?

5 Sem aviso ele muda de lugar os montes

e na suairaos destrói.

6 Deus manda terremotos, e o chão treme;

ele abala as colunas que sustentam a terra.

7 Deus dá ordem, e o sol não nasce;

ele apaga a luz das estrelas.

8 Deus sozinho estendeu o céu;

ele pisou sobre as costas do Mar .

9 Deus criou as estrelas em grupos:

a Ursa Maior, as Três-Marias e as Sete-Cabrinhas,

e fez também as estrelas do Sul.

10 Deus faz coisas grandes e maravilhosas,

e os seus milagres não têm fim.

11 Deus passa perto de mim, e eu não vejo;

ele vai andando, e eu não percebo.

12 Se Deus quer ficar com alguma coisa,

quem pode impedi-lo?

Quem se atreve a perguntar: ‘O que estás fazendo?’

13 Deus não volta atrás na sua ira;

a seus pés caem derrotados os aliados do monstro Raabe .

Sou inocente e sincero

14 “Quem sou eu, então, para responder a Deus?

Onde vou achar palavras para discutir com ele?

15 Ainda que eu tivesse razão, eu não responderia.

Ele é o meu juiz; só posso pedir misericórdia.

16 Ainda que eu o chamasse ao tribunal, e ele se apresentasse,

não acredito que ouviria o meu caso.

17 Deus me esmaga com uma tempestade

e sem motivo aumenta as minhas feridas.

18 Ele não me deixa nem respirar

e enche de amargura a minha vida.

19 Farei uso da força? Ele é o forte.

Chamarei Deus ao tribunal? E quem o obrigaria a comparecer?

20 Sou inocente e sincero,

mas as minhas palavras me condenariam

e me declarariam culpado.

21 Sou inocente, mas não me importo com isso;

estou cansado de viver.

22 Para mim, é tudo a mesma coisa;

por isso, digo que Deus destrói tanto os bons como os maus.

23 Se, de repente, uma desgraça mata pessoas inocentes,

Deus ri.

24 Deus entregou o mundo nas mãos dos maus

e cobriu os olhos dos juízes com uma venda.

E, se não foi Deus quem fez isso, então quem foi?

Deus não acredita que eu seja inocente

25 “Os meus dias correm mais depressa do que um atleta;

eles fogem sem ter visto a felicidade.

26 A minha vida passa como um barco ligeiro,

como uma águia quando se lança sobre um coelho.

27 Posso tentar esquecer as minhas queixas,

posso deixar o meu ar triste e voltar a ser alegre,

28 mas logo os meus sofrimentos me deixam apavorado,

pois sei que Deus não acredita que eu seja inocente.

29 E, se ele acha que sou culpado,

não adianta nada lutar.

30 O sabão não pode lavar os meus pecados;

o sabão mais forte não pode limpar o mal que cometi.

31 Deus me joga na lama,

e até a minha roupa tem nojo de mim.

32 Deus não é um ser humano, como eu,

e por isso não posso responder-lhe,

nem podemos resolver a nossa questão no tribunal.

33 Para nós dois não há um juiz

que possa julgar a mim e a Deus.

34 Ó Deus, para de me castigar!

Não me enchas de medo com os teus terrores!

35 Então eu falarei e não terei medo,

pois a minha consciência não me acusa.

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